Após dois anos de restrições alternadas às atividades presenciais por conta do novo coronavírus, aulas inclusas, é normal que estudantes, responsáveis e profissionais sintam-se inseguros quanto ao retorno físico às instituições de ensino.
Segundo nota técnica do projeto ModCovid19, a volta às aulas sem medidas de monitoramento do vírus podem significar um aumento de 270% nas infecções em até 80 dias letivos. Essas atitudes, portanto, não podem ser ignoradas se o objetivo for zelar pelo bem-estar e segurança de alunos, responsáveis e profissionais da educação.
Com base em pesquisas e levantamentos recentes, separamos sugestões de precauções e providências a serem tomadas para assegurar um retorno seguro às aulas:
Vacinação dos profissionais da educação
O primeiro passo é priorizar a vacinação de profissionais do ensino, como professores, para evitar contaminação entre turmas e instituições diferentes. Para isso, é preciso cobrar órgãos federais, estaduais e municipais quanto à vacinação do setor.
As vacinas Pfizer e Astrazeneca exigem um intervalo de três meses entre suas duas doses, mas ambas já trazem proteção desde a primeira. Após 13 a 24 dias, o imunizante da Pfizer apresenta 54% de eficácia, enquanto que o da Astrazeneca apresenta 76% após 22 dias.
Portanto, é possível que profissionais da educação retornem às atividades presenciais antes mesmo de receber a segunda dose, considerando a taxa da proteção recebida.
Com os profissionais da educação imunizados, a cadeia de contágio será reprimida e as instituições se tornarão mais seguras para todos.
Capacitação da equipe pedagógica
É fundamental que os profissionais da educação sejam capacitados para:
- Conhecer e identificar os sintomas da COVID-19;
- Ensinar e aplicar as medidas de prevenção;
- Utilizar recursos e plataformas tecnológicas para aplicar aulas e administrar turmas de forma online;
- Informar imediatamente a instituição se identificar sintomas em estudantes, colegas de trabalho, pessoas com quem interagiu recentemente ou em si mesmo.
Reestruturação da instituição
É preciso reformular a organização interna da instituição para enfrentar o coronavírus adequadamente.
Primeiramente, medidas de restrição devem ser reforçadas regularmente através de materiais de apoio como cartazes e folhetos. Deve-se reiterar a importância de higienizar mãos, superfícies e ambientes, de usar máscaras de proteção a todo momento e de relatar casos suspeitos imediatamente.
A instituição de ensino deve, também, garantir o rodízio de alunos e liberar os estudantes que apresentarem sintomas ou tenham tido contato com casos positivos. A realização de testes rápidos para COVID-19, se possível, também é recomendada.
Outra sugestão é a criação de grupos entre os alunos, também chamados de “bolhas”, o que facilitaria o combate à contaminação cruzada entre estes círculos. Ao identificar casos suspeitos ou contato com casos positivos, o grupo inteiro deve ser liberado para realizar quarentena.
O monitoramento constante de todos os casos suspeitos e positivos é a chave para controlar as contaminações e amenizar quadros internos na instituição. É recomendado adotar quarentena de 14 dias imediatamente após o surgimento de sintomas.
Administradores e outros profissionais do estabelecimento de ensino devem exercer sua empatia neste momento de crise, visto que há estudantes cujos responsáveis foram demovidos, demitidos ou mesmo sucumbiram à doença. A compreensão é muito importante para garantir a qualidade do aprendizado e o bem-estar emocional do aluno.
O SINEPE-PA está sempre disponível para sanar quaisquer dúvidas quanto às instituições particulares de ensino no estado do Pará. Entre em contato conosco se houver perguntas extras a respeito desse tema.
Referências
Professores devem ser priorizados na fila da vacina? O que dizem especialistas
O déficit da educação brasileira e a influência da pandemia nela
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